Feeds:
Posts
Comentários

Archive for the ‘Entretenimento’ Category

Feliz 2010 meus amores!!!

 
Que nunca falte um sonho pelo qual lutar,
um projeto para realizar,
algo que aprender, um lugar aonde ir
e alguém a quem amar.
Feliz 2010 meus amores!!!
 
BB
 

Read Full Post »

T. S. Eliot

 
 
 

And the end of all our exploring

 Will be to arrive where we started

 And Know the place for the first time .

                                          T.S.Eliot

 
 
 

T. S. Eliot

 

 

Thomas Stearns Eliot (St. Louis, 26 de setembro de 1888Londres, 4 de janeiro de 1965) foi um poeta modernista, dramaturgo e crítico literário britâniconorte-americano. Em 1948, ganhou o Prémio Nobel de Literatura.

Eliot nasceu nos Estados Unidos, mudou-se para a Inglaterra em 1914 (então com 25 anos) e tornou-se cidadão britânico em 1927, com 39 anos de idade. Sobre sua nacionalidade e sua influência na sua obra, T.S. Eliot disse:

"My poetry wouldn’t be what it is if I’d been born in England, and it wouldn’t be what it is if I’d stayed in America. It’s a combination of things. But in its sources, in its emotional springs, it comes from America."[1]

[Minha poesia] não seria o que é se eu tivesse nascido na Inglaterra, e não seria o que é se eu tivesse permanecido nos Estados Unidos. É uma combinação de coisas. Mas, nas suas fontes, na sua força emocional, ela vem dos Estados Unidos.

 

 Carreira literária

T. S Eliot residia em Londres. Depois da guerra, nos anos vinte, ele passou muito tempo com outros grandes artistas na avenida Montparnasse, em Paris, onde foi fotografado por Man Ray. A poesia francesa exerceu grande influência na obra de Eliot, em particular o simbolista Charles Baudelaire, cujas imagens da vida em Paris serviram de modelo para a imagem de Londres pintada por Eliot. Ele começou então a estudar sânscrito e religiões orientais, chegando a ser aluno do renomado armênio G. I. Gurdjieff. A obra de Eliot, após a sua conversão ao cristianismo pela Igreja Anglicana, é frequentemente religiosa em sua natureza e tenta preservar o inglês arcaico e alguns valores europeus que ele julgava serem importantes. Publicou o poema The Waste Land em 1922; em 1927 obteve a nacionalidade britânica. Em 1928, Eliot resumiu suas crenças muito bem no prefácio de de seu livro "Para Lancelot Andrews": "O ponto de vista geral [dos assuntos do livro] pode ser descrito como classicista na literatura, monarquista na política e anglo-católico na religião." Essa fase inclui trabalhos poéticos como Ash Wednesday, The Journey of the Magi, e Four Quartets.

 Poesias

 The Love Song of J. Alfred Prufrock (1915)

Em 1915 Ezra Pound, editor da revista "Poetry", recomendou a Harriet Monroe, fundadora da revista, que ela publicasse "The Love Song of J. Alfred Prufrock". Embora Prufrock parecesse tratar-se de um homem na meia idade, Eliot escreveu a maior parte do poema quando tinha apenas 22 anos. Os seus hoje famosos primeiros versos, que comparam o céu ao entardecer com "a patient etherised upon a table" (algo como "um paciente anestesiado sobre a mesa.") foram considerados chocantes e ofensivos, ainda mais numa época na qual a poesia Georgiana imperava, com suas derivações românticas do século XIX. O poema retrata uma experiência consciente de um homem, Prufrock, sob a forma de um "stream of consciousness" (figura de linguagem típica do modernismo, que consiste em mostrar por escrito o monólogo interior de um personagem). Prufrock lamenta sua inércia física e intelectual, as oportunidades que perdeu ao longo de sua vida e a falta de um progresso espiritual, recorrente de amor carnal que não conseguira atingir.

Os estudiosos não sabem dizer se o narrador sai de sua casa ao longo da narração, pois as localidades descritas podem ser interpretadas tanto como experiências reais, lembranças, ou mesmo imagens simbólicas do subconsciente, como por exemplo no refrão "In the room woman come and go / talking about Miguel Angelo".

A estrutura do poema foi imensamente influenciada por Dante Alighieri. Há ainda referências a Hamlet de Shakespeare e outras tantas obras literárias: essa técnica de alusão e citação foi muito usada em toda poesia posteriormente escrita por Thomas Stearns Eliot.

 The Waste Land (1922)

Em outubro de 1922, Thomas Eliot publicou "The Waste Land" no jornal "The Criterion". Composto durante um período turbulento na vida do autor – seu casamento estava acabando, pois tanto ele quanto sua esposa Vivienne sofriam de uma desordem neural – este poema é muitas vezes lido como uma alegoria à desilução experimentada pela geração pós-guerra. Mesmo antes de "The Waste Land" ser publicado como livro (em dezembro de 1922) Eliot já havia se distanciado da visão desesperadora do poema: "No que diz respeito a "The Waste Land", esse poema ficará no passado, pois agora estou trabalhando com formas e estilos diferentes", escreveu ele para Richard Aldington no dia 15 de novembro de 1922. A despeito da obscuridade do poema – que tem sátiras e profecias; mudanças abruptas de narrador, localidade e tempo; além de invocar uma vasta e dissoante gama de culturas e obras literárias – ele acabou se tornando referêncial da literatura moderna, sendo considerado o reflexo poético de um romance publicada no mesmo ano: Ulysses, de James Joyce.

Entre seus muito famosos versos estão "April is the cruellest month" (referência ao fato que abril é o mês de recomeçar a plantar, e não há colheitas na Europa), "I will show you fear in a handful of dust" e "Shantih shantih shantih", (Sânscrito que deve ser lido pausadamente e de forma onamatopeica. Algo como "Xantir… Xantir… Xantir…". Shantih significa "paz" e o sânscrito segue uma súplica pela paz).

A obra de Eliot foi muito apreciada pelos poetas da geração de trinta. Em certa ocasião W.H. Auden leu em voz alta todo o poema durante um encontro social. A publicação do esboço do poema em 1972 mostrava uma grande influência de Ezra Pound sobre a sua forma final. A parte IV, "Death by Water", fora reduzida de noventa e duas linhas para dez apenas, e com dez linhas foi publicado. Pound repreendeu Eliot por ter rasgado a maior parte do poema. Eliot o agradeceu por "incentivar-me a fazer as coisas do meu jeito".

The Hollow Men (1925)

Publicada em várias partes e com vários títulos diferentes, a versão final de "The Hollow Men" data de 3 de março de 1925. O poema faz referências a diversas obras do próprio Eliot e, embora tenha grande densidade literária, muitos críticos o consideram somente como um post scriptum de "The Waste Land".

Seu conteúdo é metafórico e de difícil interpretação, mas estudiosos dizem tratar-se de um poema que filosofa sobre os aspectos da mente humana num contexto ora social, ora religioso. Trata ainda dos medos humanos, considerando-os "more distant and more solemn/than a fading star" (mais distantes e solenes/que uma estrela cadente) e mostrando que mesmo nos sonhos é difícil visualizá-los sem temor. São estes medos "Eyes I dare not meet in dreams/In death’s dream kingdom" (olhos que temo encontrar em sonhos/e no reino de sonho da morte). Esses olhos são muito similarmente descritos aos olhos de Beatriz, em "A Divina Comédia".

Há ainda uma passagem que mostra um ritual dançante, "Here we go around the prickly pear" (andamos em torno da pêra espinhenta) que tem relação com os rituais missais, sendo a pêra a representação de um altar, sem ter portanto, centro exato, mas sendo o centro em si. O poema tem ainda grande musicalidade, com várias repetições e rimas eventuais.

Four Quartets (1943)

O próprio Thomas Eliot considerava "Four Quartets" sua obra-prima, embora muitos críticos literários preferissem seus trabalhos anteriores.

"Four Quartets" é baseado nos conhecimentos de Eliot nas áreas de misticismo e filosofia. O poema consiste de quatro poemas longos, que foram publicados individualmente: "Burnt Norton" (1936), "East Coker" (1940), "The Dry Salvages" (1941) e "Little Gidding" (1942), cada um deles dividido em cinco partes. Embora seja difícil fazer comparações entre eles, nota-se que cada um tem uma descrição geográfica da localidade em seus títulos, todos especulam sobre a natureza do tempo, seja ela teológica, histórica ou física, e sobre a influência exercida pelo tempo nos humanos.

Além disso, cada um está associado a um elemento da antigüidade clássica: ar, terra, água e fogo, respectivamente. Eles se aproximam nas idéias, de forma variável porém intercalada. Os poemas não esgotam seu questionamento e nem obtêm respostas suficientes às perguntas feitas.

"Burnt Norton" (ar) questiona de que adianta considerar o que podia ter sido e não foi. Há nele a descrição de uma casa abandonada, e Eliot brinca com a idéia que todas essas possíveis realidades estão presentes simultaneamente, mas invisíveis para nós: todas as formas de atravessar o jardim se transformam numa vasta dança que não podemos ver, e crianças que não estão ali se escondem nos arbustos. Burnt Norton é uma casa de campo situada em Cotswold Hills, na cidade de Gloucestershire, Reino Unido.

"East Coker" (terra) continua a examinar o tempo e seu significado, mas agora focando também na natureza da linguagem e da poesia. Saído da escuridão, Eliot fortalece a sua idéia de solução: "I said to my soul, be still, and wait without hope" (algo como "Eu disse à minha alma: fique quieta, e espere sem esperança"). East Coker é uma pequena vila, no sul do Reino Unido.

"The Dry Salvages" (água) trata do elemento água via imagens de rios e mares. Nesse poema, os opostos parecem se aproximar de forma impossível, como no barroco: "…the past and future/Are conquered, and reconciled" (algo como "…o passado e o futuro/são conquistados e reconciliados"). The Dry Salvages são um grupo de rochas com um farol para navios em Cape Ann, Massachusetts, como explicado no prefácio do poema.

"Little Gidding" (fogo) é o mais antagonizado dos quartetos. As próprias experiências do autor como voluntário na equipe civil antiataque aéreo dão força ao poema, e ele se imagina encontrando com Dante no meio do bombardeio alemão. O cenário mostrado no começo dos quartetos ("Houses…/Are removed, destroyed" ou "Casas…/são removidas, destruídas.") haviam se tornado uma experiência cotidiana, o que cria uma série de imagens, entre elas a do amor: a força condutora de toda a experiência. O quarteto acaba então com uma frase de Julian of Norwich: "all shall be well and/All manner of things shall be well." ou "Tudo ficará bem e/todo tipo de coisa ficará bem". Little Gidding é uma igreja localizada em Huntingdonshire, Reino Unido.

 Old Possum’s Book of practical Cats (1939)

é composto por quinze poemas com a temática "Gatos". Cada um dos poemas conta a história em particular ou uma característica de um determinado gato. Eliot os ecrevera ao longo da década de 1920 como presentes de aniversário para seus afilhados, herdeiros do dono da editora Faber & Faber. Os poemas são, no mais íntimo, metáforas com os estamentos da sociedade. Durate muito tempo os poema ficaram esquecidos dentro dos petences dos afilhados, até que um deles já adulto, mexendo em velhos papéis, os encontrou e notou a grande possibilidade de publicá-los. Eliot, entretanto, ficu apreensivo com as críticas, pois considerava os poemas fracos e exclusivos para crianças. Uma semana antes da publicação mudou-se para uma vila no interior da Inglaterra, tamanho era o seu medo, mas, logo depois do lançamento em Londres, recebeu um telefonema do afilhado dizendo que o livro fizera o maior sucesso. Na década de 1970, já 10 anos após a morte de Eliot, o então jovem Andrew Lloyd Webber musicou aguns dos poemas e fez uma versão reduzida do musical Cats. A viúva de Eliot, Esme Valerie Eliot, após assistir essa prévia do musical, presenteou o jovem autor musical com rascunhos de um poema inacabado pelo falecido marido. Esse poema chamava-se Grizabella: The Glamour Cat, e foi determinante para a finalização do famoso musical, dando abertura para a composição Memory, gravada por mais de 170 artistas até hoje. Os quinze pomas que compõe o livro são:

Note a senso de humor no último poema, feito exclusivamente para finalizar o livro, na última estrofe:

"So if yo ‘ave business with Faber – or Faber – I’ll give yu this tip, and it’s worth a lot more: You’ll save youself time, and you’ll spare yourself labour If jist you make friends with the Cat at the door. MORGAN."

T.S. Eliot (22 anos)
T.S. Eliot (26 anos)
T.S. Eliot
T.S. Eliot
T.S. Eliot
T.S. Eliot
T.S. Eliot
T.S. Eliot
T.S. Eliot
T.S. Eliot
T.S. Eliot
T.S. Eliot

 

Fonte de pesquisa: Wikipédia

Imagens: Google

Read Full Post »

Esse ano eu vou viver!!!

 
 
"Chega de ficar quebrando a cara com o velhos erros de sempre, quero cometer erros novos, passar por apertos diferentes, experimentar situações desconhecidas, sair da rotina e do lugar comum. Esse ano eu preciso crescer……. Chega de saber a saída e ficar parado na porta ensaiando os passos, sem nunca entrar na estrada esperando que me venha o que eu mais preciso encontrar. A partir de agora, se eu tiver que sofrer, será por sofrimentos reais nunca mais por males imaginários, preocupada com coisas que jamais acontecerão!!!!! Chega de planejar o futuro e tropeçar no presente, chega de pensar demais e fazer de menos, chega de pensar de um jeito e fazer de outro, chega do corpo dizer que sim e a cabeça dizer que não, chega desses intermináveis conflitos que me fazem adiar para nunca a minha decisão: ESSE ANO EU VOU VIVER!"
 
 

 
 
It’s time to fly Butterfly
 
 

Read Full Post »

Loucos e Santos

 
 
 
 
  • Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

          Oscar Wilde

 

Read Full Post »

 
 
 
 
 
 

Hoje  não é um dia muito bom para mim … por que eu acordei sentindo a sua falta.

 

 

 

Saudades tão grandes  e profundas como a imensidão do mar.

 

 

Saudades dos abraços nunca sentidos,

 

dos beijos nunca antes provados,

 

das palavras doces que ainda não foram ditas,

 

do calor de suas mãos entrelaçadas as minhas nos passeios que ainda não fizemos,

 

dos olhares cúmplices que ainda não trocamos …

…. ah … tanta saudades!

 

Tenho saudades do som da sua voz a ler um livro para mim sob uma árvore de um parque que ainda não conheço, 

 

saudade do som do seu riso de um momento de felicidade que ainda não vivemos,

 

saudades das conversas depois do jantar onde sempre começam por me contar como foi seu dia e terminam nos seus desejos e planos para um futuro que ainda desconheço.

 

Saudades também do silêncio da madrugada , onde só é possível ouvir o som de nossas respirações aceleradas, dos nossos corpos exaustos , dessa entrega única e perfeita, da explosão de felicidade, da descoberta dos sentidos, dessa fusão de almas e corpos quando fizermos  amor.

 

Saudades das incontáveis vezes que ficarei ao seu lado em silêncio, quando se sentir triste, apenas para sentir que poderá contar com meu apoio, minha companhia e todo meu amor e carinho.

 

Tenho saudades do seu olhar espantado e ao mesmo tempo surpreendido com cada presente e mimo que ainda não pude dar.

 

 

 

Saudades dos momentos bonitos, dos momentos simples, da vida que nunca  partilhamos…

 

Tenho saudades de quem nunca tive, saudades de quem ainda não conheço.

 

Mas além das saudades , tenho esperança …

 

anjos2.jpg anjos image by _wiz4rd_ 

Esperança de que um dia você cruze o meu caminho,  é o que espero  anjo,  esse momento chegar, nesse dia toda saudade acaba, pra enfim a minha vida começar.

 

BB

Read Full Post »

 
 
 

EU, ESPONTÂNEO

Eu, espontâneo, a Natureza.
O dia amante, o sol que sobe, o amigo com quem sou feliz,
O braço do amigo negligentemente sobre o meu ombro,
A encosta coberta de branco pelas flores da sorveira brava.
O mesmo no final do outono, os cambiantes de vermelho,amarelo,cas-
tanho claro, púrpura, e verde claro e escuro.
A rica colcha da erva, animais e pássaros, o talude íntimo para tratar, as
maçãs primitivas e os seixos,
Os belos fragmentos gotejando, a negligente enumeração de cada um
conforme os vou recordando ou pensando,
Os verdadeiros poemas( aquilo a que chamamos poemas são simples-
mente imagens),
Os poemas da intimidade da noite, e de homens como eu,
Este poema que se inclina tímido e escondido, que trago sempre comi-
go e que todos os homens trazem
(Sabei de uma vez por todas, confesso-o de propósito, que onde quer
que se encontrem homens como eu, aí se escondem os
nossos poemas virís e enérgicos),
Pensamentos de amor, suco de amor, odor de amor, docilidade de amor,
trepadeiras de amor e ascenção da seiva,
Braços e mãos de amor, lábios e mãos de amor, polegar fálico de amor, seios de
amor, ventres comprimidos e unidos com amor,
Terra de casto amor, vida que é somente vida depois do amor,
O corpo do meu amor, o corpo da mulher que amo, o corpo do homem,
o corpo da terra,
As amenas brisas da manhã que sopram de sudoeste,
A abelha selvagem e peluda que murmura e suspira em todos os sentidos,
que se prende à flor feminina toda aberta, se curva sobre
ela com pernas firmes e amorosas, tira dela a sua energia,
e mantém-se trémula e firme até ficar satisfeita;
a humidade dos bosques durante as horas da manhã,
Duas pessoas adormecidas que à nite, ficam juntas, uma com o braço
atravessado e abaixo da cintura da outra,
O cheiro das maçãs, aromas de sálvia, hortelã e casca de vidoeiro esmagadas,
As ansiedades do rapaz, o entusiasmo e a força ao confiar-me o que estava
a sonhar,
A folha morta que rodopia num turbilhão em espiral e que cai no solo
imóvel e satisfeita,
Os aguilhões ainda por formar que com o que vejo,pessoas e objectos,
me aguilhoam,
O meu próprio aguilhão saliente que me aguilhoa mais do que qualquer outra
pessoa,
Os dois irmãos sensíveis, redondos e suspensos, apenas destinados a serem ali
tocados intímamente por privilegiados,
……………………………………………………………………………………………………………..

Walt Whitman ( Folhas de Erva-vol- I)

Read Full Post »

Apaixone-se

 
 
 
 
 
Apaixone-se pela manhã,
que em todos os dias te levanta com os pés firmes no chão.
Apaixone-se pelas canções,
que mesmo quando todos se calam,
elas ainda sussurram o refrão em seus ouvidos.
Apaixone-se pelo hoje,
que te faz respirar, enxergar, sentir, viver…
Apaixone por você,
pois não existirá ninguém melhor para se amar do que a si mesmo,
pois só descobrimos o que é amor,
quando nos apaixonamos primeiramente por nós mesmos.
Apaixone-se pela vida,
ela é o único presente que você diz que não pediu,
mas que jamais deseja perder.
Apaixone-se mil vezes pela mesma coisa,
se esse sentimento te faz crescer,
apaixone-se cada dia mais e mais.
O tempo vai passar,
e com ele você irá envelhecer…
E nessa rotina da vida,
nunca se esqueça…
Apaixone-se mil vezes por você,
seja em qual época ou lugar for…
APAIXONE-SE.

(Fabiana Thais Oliveira)

Read Full Post »

Forró Universitário

 
 

Forró Pé-de-Serra

É um gênero de dança atualmente bastante praticado em todo Brasil com predominância  no Sul e Sudeste. Alguns chamam também de Forró Universitário.
 

Esse tipo de forró, que era dançado só juntinho, assimilou elementos de outras danças e ganhou figuras abertas sendo hoje uma dança rica em passos e

possibilidades. 

Um forró lento, daqueles que dá para dançar coladinho, no embalo do fole, é chamado de Xote. Quando ele é mais rápido, se divide em outras categorias 

como Arrastapé, Baião ou Coco.

Seja qual for a forma, o forró hoje cada vez mais conquista o seu lugar e é uma excelente opção de lazer e atividade física.

Forró é bom demais, bom de se ouvir, e bom de se dançar, selecionei alguns vídeos das minhas bandas de forró universitário preferidas como Forrueiros,

Falamansa, Rastapé, Caiana, Trio virgulino e também uma versão linda da música Xote das Meninas do Maior forrozeiro do Brasil, Luís Gonzaga, cantada por Marisa Monte…. linda!

Agora é só aumentar o som e se deliciar com as músicas.

 

   http://www.youtube-nocookie.com/v/i6FdfUJVUfg&hl=pt-br&fs=1&color1=0x5d1719&color2=0xcd311b&border=1

 

 http://www.youtube-nocookie.com/v/SROJrTQd1_Y&hl=pt-br&fs=1&color1=0xcc2550&color2=0xe87a9f&border=1  

 

  

 http://www.youtube-nocookie.com/v/WwAzrsZQveI&hl=pt-br&fs=1&color1=0x402061&color2=0x9461ca&border=1

  

http://www.youtube-nocookie.com/v/L6MJzKZQSio&hl=pt-br&fs=1&color1=0xe1600f&color2=0xfebd01&border=1 

  

  

 

Read Full Post »

 
 
 
 
 
 

The Nightingale and the Rose

 Oscar Wilde

‘She said, “I will dance with you if you bring me a red rose”, ‘cried the young student, ‘but in all my garden there is no red rose.

I have studied all that the wise men have written; yet my life is spoiled because I have no red rose and don’t know how or where

 to get one. What little things can make so great a difference to our happiness!’ His eyes filled with tears.

            A little nightingale heard him from her nest in the old tree. She looked out through the leaves, and wondered at him.

            ‘Here at last I see a true lover’, said the nightingale. ‘I have sung about true love night after night, but I never saw a true

lover. Night after night I have told the story of true love to the stars – and now at last I see a true lover!’

            ‘There will be a dance at the palace tomorrow’, said the student. ‘The Prince will be there, and my loved one will be

among the company. If I bring her a red rose, she will dance with me until the sun comes up into the sky. If I bring her a red

rose, I shall hold her in my arms and her hand will be in mine. But there is no red rose in my garden: so I shall sit alone and

she will pass me by. She won’t need me, and my heart will break.’

            ‘Here indeed is the true lover’, said the nightingale. ‘He suffers what I sing about: what is joy to me is pain to him.

Love is a wonderful thing. Gold and jewels can never buy it’.

            The student cried, ‘the musicians will play and my love will dance to the music. Lords and great men, and rich men

 in their fine clothes, will crowd round her; but she won’t dance with me because I have no red rose to give her’. He lay down

 on the grass and put his face in his hands, and wept.

            ‘Why is he weeping?’ asked the little living things in the garden. ‘Why is he weeping?’ asked the flowers.

            ‘He is weeping for a red rose’, said the nightingale.

 

‘For a red rose!’ they cried. ‘How silly!’ and they laughed. But the nightingale understood. She spread her brown wings and

 flew up into the air. She passed across the garden like a shadow.

            There was a beautiful rose-tree standing in the center of a grassy place. When she saw it, she flew down to it.

            ‘Give me a red rose’, she cried, ‘and I will sing you my sweetest song’.

            ‘I’m sorry’, said the rose-tree. ‘My roses are white – white as the snow on the mountain. Go to my brother on the other

 side of the garden. Perhaps he will give you what you want’.

            So the nightingale flew to the other rose-tree. ‘Give me a red rose’, she cried, ‘and I will sing you my sweetest song’

            I’m sorry’, answered the rose-tree; ‘my roses are yellow – yellow as the golden corn in the field. But go to my brother

 who grows below the student’s window, and perhaps he will give you what you want’.

            So the nightingale flew over to the rose-tree, which was growing below the student’s window.

 

‘Give me a red rose’, she cried, ‘and I will sing you my sweetest song’.

            ‘My roses are red’, it answered, ‘but the winter cold has frozen my flowers and they have fallen, and the storm

 has broken my branches. I shall have no roses at all this year’.

            ‘One red rose is all I want’, cried the nightingale. ‘Only one red rose! Is there no way by which I can get it?’

            ‘There is a way’, answered the tree, ‘but I dare not tell it to you’.

            ‘Tell it to me’, said the nightingale. ‘I am not afraid’.

            ‘If you want a red rose’, said the tree, ‘you must build it out of music by moonlight and the redness must come

from your hearts blood. You must sing to me all night long, and the thorn must cut open your heart and your life-blood

 must flow into me and become mine’.

            ‘Death is a great price to pay for a red rose’, cried the nightingale, ‘and life is very dear to us all. I love to sit in

the green trees and watch the sun go down in gold and the silver moonrise up into the sky. I love to smell the flowers

and wonder at their beauty. But love is better than life, and what is the heart of a bird beside the heart of a man?’

            So she spread her brown wings and flew up into the air. She passed over the garden like a shadow. The young

 student was still lying in the grass and the tears were not yet dry in his eyes.

            ‘Be happy’, cried the nightingale. ‘You shall have your red rose. I’ll build it out of music by moonlight, and for its

redness I’ll give it my own heart’s blood. All that I ask of you is that you will be a true lover, for love is wiser than the wise,

and stronger than the powerful’.

           

            The student looked up from the grass and listened, but he could not understand what the nightingale was saying to

him, for he only knew the things, which are written down in books.

            But the old tree understood, for he loved the little nightingale who had built her nest in his branches.

            ‘Sing me one last song’, he said. ‘I shall be sad and alone when you are gone’.

            So the nightingale sang to the old tree, and her voice was like drops of water falling from a silver jar.

            When she had finished her song, the student stood up and took out a notebook.

            ‘She has some beautiful notes in her voice, but her song does not mean anything or do any real good; it isn’t really

 useful. She hasn’t got true felling. She thinks only of her music. She is like most artists; the thinks only of her art and herself,

 not about others’.

            He went into his room and lay down on his bed and began to think of his love. After a time he fell asleep.

            When the moon shone in the sky, the nightingale flew to the rose tree. She pressed herself against the thorn.

She sang all night, pressing against the thorn, and the cold moon listened. All the long night she sang, and the thorn

went deeper and deeper, and her life-blood flowed away from her.

 

            She sang first of the birth of love in the heart of a boy and a girl: and a wonderful rose came on the highest

branch of the rose-tree. As song followed song, it opened. At first it was white – white as the cloud that hangs over

the river, silver as the wings of the morning before the sun rises up into the sky.

            The rose-tree cried to the nightingale to press closer against the thorn: ‘Press closer, little nightingale, or the

day will come before the rose is finished.’

            So the nightingale pressed closer against the thorn, and her song became louder, for she sang of the birth of

love in the hearts of a man and a woman. The rose became red, but the heart of the rose remained white, for only the

 heart’s blood of a nightingale can color the heart of a rose.

            The rose-tree cried to the nightingale to press closer against the thorn. ‘Press closer, little nightingale’, cried

the rose-tree, ‘or the day will come before the rose is finished’.

            So the nightingale pressed closer against the thorn. The thorn touched her heart and pain shot through her.

As the pain became worse and worse, her song became wilder and wilder, for she sang of the love which is made

 perfect by death.

            The rose became deep red. The heart of the rose was as red as a jewel. But the nightingale’s voice became

weaker and weaker; her little wings no longer moved, and darkness came over her eyes.

Her voice rose up in a last wonderful song. The moon heard it and waited in the sky. The red rose heard it and opened

 wide to the cold morning air.

            ‘Look! Look!’ cried the rose-tree, ‘the rose is finished now’.  But the nightingale made no answer, for she was

 lying dead in the log grass with the thorn in her heart.

            At midday the student opened his window and looked out.

            ‘Ha!’ he cried, ‘here is a red rose! Just what I wanted! I have never seen any rose like it in all my life. I am sure

 it is so beautiful that it has a long name in the Latin language’. So he put out his hand and took it.

            Then he put on his hat and ran to the learned doctor’s house with the rose in his hand. The learned doctor was

the student’s teacher, and the student loved his daughter. She was sitting at the door of the house and her little dog was

lying at her feet.

            ‘You said that you would dance with me if I brought you a red rose’, cried the student. ‘Here is the reddest rose in

the entire world. You can wear it tonight next to your heart, and, as we dance together, it will tell you how I love you.’

            ‘I’m sorry’, said the girl: ‘it won’t go with the color of my dress, and the captain has sent me some real jewels, and

everyone knows that jewels cost far more than flowers’.

            ‘Well! Said the student angrily: ‘that’s all the thanks I get!’

            He threw the rose into the street and a cartwheel went over it.

            ‘How dare you speak to me like that’! She got up from her chair and went into the house.

            ‘What a silly thing love is!’ said the student, as he walked away. ‘It isn’t nearly as useful as reason; it doesn’t

prove the truth of anything. Love is always telling us of things which are not going to happen, and making us believe

 things which are not true. It is quite useless. In these difficult times we must learn useful things. I shall go back to my

studies’.

            So he returned to his room, and took out a big dusty book, and began to read.

 

Oscar Wilde. From his masterpiece: “The young king and other stories”

 

 

O Rouxinol e a Rosa

Oscar Wilde

 

– Ela disse que dançaria comigo se eu lhe levasse rosas vermelhas – exclamou o Estudante –

 mas estamos no inverno e não há uma única rosa no jardim…

Por entre as folhas, do seu ninho, no carvalho, o Rouxinol o ouviu e, vendo-o ficou admirado…

– Não há nenhuma rosa vermelha no jardim! – disse o Estudante, com os olhos cheios de

 lágrimas. – Ah! Como a nossa felicidade depende de pequeninas coisas! Já li tudo quanto

 os sábios escreveram. A filosofia não tem segredos para mim e, contudo, a falta de

uma rosa vermelha é a desgraça  da minha vida.

– Eis, afinal, um verdadeiro apaixonado! – disse o Rouxinol. Tenho cantado o Amor

noite após noite, sem conhecê-lo no entanto; noite após noite falei dele às estrelas,

e agora o vejo… O cabelo é negro como a flor do jacinto e os lábios vermelhos

como a rosa que deseja; mas o amor pôs-lhe na face a palidez do marfim e o

sofrimento marcou-lhe a fronte.

– Amanhã à noite o Príncipe dá um baile, murmurou o Estudante, e a minha

 amada se encontrará entre os convidados. Se levar uma rosa vermelha,

dançará comigo até a madrugada. Somente se lhe levar uma rosa vermelha…

Ah… Como queria tê-la em meus braços, sentir-lhe a cabeça no meu ombro

e a sua mão presa a minha. Não há rosa vermelha em meu jardim… e ficarei só;

ela apenas passará por mim… Passará por mim… e meu coração se despedaçará.

– Eis um verdadeiro apaixonado… – pensou o Rouxinol. – Do que eu canto,

ele sofre. O que é dor para ele é alegria para mim. Grande maravilha, na verdade,

é o Amar! Mais precioso que esmeraldas e mais caro que opalas finas. Pérolas e

granada não podem comprá-lo, nem se oferece nos mercados. Mercadores não

o vendem, nem o conferem em balanças a peso de ouro.

– Os músicos da galeria – prosseguiu o Estudante – tocarão nos seus instrumentos

de corda e, ao som de harpas e violinos, minha amada dançará. Dançará tão leve,

tão ágil, que seus pés mal tocarão o assoalho e os cortesãos, com suas roupas de

cores vivas, reunir-se-ão em torno dela. Mas comigo não bailará, porque não

 tenho uma rosa vermelha para dar-lhe… – e atirando-se à relva, ocultou nas mãos

 o rosto e chorou.

– Por que está chorando? – perguntou um pequeno lagarto ao passar por ele,

correndo, de rabinho levantado.

É mesmo! Por que será? – Indagou uma borboleta que perseguia um raio de sol.

– Por quê? – sussurrou uma linda margarida à sua vizinha.

_-Chora por causa de uma rosa vermelha – informou o Rouxinol.

– Por causa de uma rosa vermelha? – exclamaram – Que coisa ridícula! E  o lagarto,

 que era um tanto irônico, riu à vontade.

Mas o Rouxinol compreendeu a angústia do Estudante e, silencioso, no carvalho,

 pôs-se a meditar sobre o mistério do Amor.

Subitamente, abriu as asas pardas e voou.

Cortou, como uma sombra, a alameda, e como uma sombra, atravessou o jardim.

Ao centro do relvado, erguia-se uma roseira. Ele a viu. Voou para ela e posou num galho.

– Dá-me uma rosa vermelha – pediu – e eu cantarei para ti a minha mais bela canção!

Minhas rosas são brancas; tão brancas quanto a espuma do mar, mais brancas

que a neve das montanhas. Procura minha irmã, a que enlaça o velho relógio-de-sol.

Talvez te ceda o que desejas.

Então o Rouxinol voou para a roseira, que enlaçava o velho relógio-de-sol.

– Dá-me  uma rosa vermelha – pediu – e eu te cantarei minha canção mais linda.

A roseira sacudiu-se levemente.

– Minhas rosas são amarelas como as cabelos dourados das donzelas, ainda mais

 amarelas que o trigo que cobre os campos antes da chegada de quem o vai ceifar.

Procura a minha irmã, a que vive sob a janela do Estudante. Talvez ela possa te

 possa ajudar.

O Rouxinol então, dirigiu o vôo para  a roseira que crescia sob a janela do Estudante.

– Dá-me uma rosa vermelha – pediu – e eu te cantarei a mais linda de minhas canções.

A roseira sacudiu-se levemente.

– Minhas rosas são vermelhas, tão vermelhas quanto os pés das pombas, mais

vermelhas que os grandes leques de coral que oscilam nos abismos profundos do

oceano. Contudo, o inverno regelou-me até as veias, a geada queimou-me os botões

e a tempestade quebrou-me os galhos. Não darei rosas este ano.

– Eu só quero uma rosa vermelha, repetiu o Rouxinol, – uma só rosa vermelha.

Não haverá meio de obtê-la?

– Há, respondeu  a Roseira, mas é meio tão terrível que não ouso revelar-te.

– Dize. Não tenho medo.

– Se queres uma rosa vermelha, explicou a roseira, hás de fazê-la de música,

ao luar, tingi-la com o sangue de teu coração. Tens de cantar para mim

com o peito junto a um espinho. Cantarás toda a noite para mim e o espinho

 deve ferir teu coração e teu sangue de vida deve infiltrar-se em minhas veias

 e tornar-se meu.

– A morte é um preço exagerado para uma rosa vermelha – exclamou

o Rouxinol – e a Vida é preciosa… É tão bom voar, através da mata verde e

contemplar o sol  em seu esplendor dourado e a lua em seu carro de pérola…

O aroma do espinheiro é suave, e suaves são as campânulas ocultas no vale,

e as urzes tremulantes na colina. Mas o Amor é melhor que a Vida. E que

vale o coração de  um pássaro comparado ao coração de um homem?

Abriu as asas pardas para o vôo e ergueu-se no ar. Passou pelo jardim

como uma sombra e, como uma sombra, atravessou a alameda.

O Estudante estava deitado na relva, no mesmo ponto em que o deixara,

com os lindos olhos inundados de lágrimas.

– Rejubila-te – gritou-lhe o Rouxinol – Rejubila-te; terás a tua rosa vermelha.

Vou fazê-la de música, ao luar. O sangue de meu coração a tingirá. Em

conseqüência só te peço que sejas sempre verdadeiro amante, porque o

 Amor é mais sábio do que a Filosofia; mais poderoso que o poder..

Tem as asas da cor da chama e da cor da chama tem o corpo. Há doçura

de mel em seus braços e seu hálito lembra o incenso.

O Estudante ergueu a cabeça e escutou. Nada pode entender, porém,

do que dizia o Rouxinol, pois sabia apenas o que está escrito nos livros.

Mas o Carvalho entendeu e ficou melancólico, porque amava muito o

pássaro que construíra ninho em seus ramos.

– Canta-me um derradeiro canto – segredou-lhe – sentir-me-ei tão só depois

da tua partida.

Então o Rouxinol cantou para o Carvalho, e sua voz fazia lembrar a água

a borbulhar de uma jarra de prata.

Quando o canto finalizou, o Estudante levantou-se, tirando do bolso um

caderninho de notas e um lápis.

– Tem classe, não se pode negar – disse consigo – atravessando a alameda.

Mas terá sentimento? Não creio. É igual a maioria dos artistas. Só estilo,

sinceridade nenhuma. Incapaz de sacrificar-se por outrem. Só pensa e cantar

e bem sabemos quanto a Arte é egoísta. No entanto, é forçoso confessar,

possui maravilhosas notas na voz. Que  pena não terem significação alguma,

 nem realizarem nada realmente bom!

Foi para o quarto, deitou-se e, pensando na amada, adormeceu.

Quando a lua refulgia no céu, o Rouxinol voou para a Roseira e apoiou o

peito contra o espinho. Cantou a noite inteira e o espinho mais e mais foi se

enterrando em seu peito, e o sangue de sua vida lentamente se escoou…

Primeiro descreveu o nascimento do amor no coração de um menino e uma

menina; e, no mais alto galho da Roseira, uma flor desabrochou, extraordinária,

pétala por pétala, acompanhando um canto e outro canto. Era pálida, a princípio,

qual a névoa que esconde o rio, pálida qual os  pés da manhã e as asas da alvorada.

Como sombra de rosa num espelho de prata, como sombra de rosa em água de lagoa

era a rosa que apareceu no mais alto galho da Roseira.

Mas a Roseira pediu ao Rouxinol que se unisse mais ao espinho. – Mais ainda,

Rouxinol, – exigiu a Roseira, – senão o dia raia antes que eu acabe a rosa.

O Rouxinol então apertou ainda mais o espinho junto ao peito, e cada vez mais

profundo lhe saía o canto porque ele cantava o nascer da paixão na alma do homem

e da mulher.

E tênue nuance rosa nacarou as pétalas, igual ao rubor que invade a face do noivo

 quando beija a noiva nos lábios.

Mas o espinho não lhe alcançava ainda o coração e o coração da flor

continuava branco – pois somente o coração de um Rouxinol pode avermelhar o

coração de rosa.

– Mais ainda, Rouxinol, – clamou a Roseira – raiar o dia antes que eu finalize a rosa.

E o Rouxinol, desesperado, calcou-se mais forte no espinho, e o espinho lhe feriu

o coração, e uma punhalada de dor o traspassou.

Amarga, amarga lhe foi a angústia e cada vez mais fremente foi o canto, porque

ele cantava o amor que a morte aperfeiçoa, o amor que não morre nem no túmulo.

E a rosa maravilhosa tornou-se purpurina como a rosa do céu oriental. Suas pétalas

 ficaram rubras e, vermelho como um rubi, seu coração.

Mas a voz do Rouxinol se foi enfraquecendo, as pequeninas asas começaram a

estremecer e uma névoa cobriu-lhe o olhar, o canto tornou-se débil e ele

sentiu qualquer coisa apertar-lhe a garganta.

Então, arrancou do peito o derradeiro grito musical.

Ouviu-o a lua branca, esqueceu-se da Aurora e permaneceu no céu.

A rosa vermelha o ouviu, e trêmula de emoção, abriu-se à aragem fria da manhã.

Transportou-o o Eco, à sua caverna purpurina, nos montes, despertando os pastores

de seus sonhos. E ele levou-os através dos caniços dos rios e eles transmitiram sua

mensagem ao mar.

– Olha! Olha! Exclamou a Roseira. – A rosa está pronta, agora.

Ao meio dia o Estudante abriu a janela e olhou.

– Que sorte! – disse – Uma rosa vermelha! Nunca vi rosa igual em toda a minha

vida. É tão linda que tem certamente um nome complicado em latim. E curvou-se

 para colhê-la.

Depois, pondo o chapéu, correu à casa do professor.

– Disseste que dançarias comigo se eu te trouxesse uma rosa vermelha, – lembrou

o Estudante. – Aqui tens a rosa mais linda e vermelha de todo o mundo.

Hás de usá-la, hoje a noite, sobre ao coração, e quando dançarmos juntos

ela te dirá o quanto te amo.

A moça franziu a testa.

– Esta rosa não combina com o meu vestido, disse. Ademais, o Capitão da

Guarda mandou-me jóias verdadeiras, e jóias, todos sabem, custam muito

mais do que flores…

– És muito ingrata! – exclamou o Estudante, zangado. E atirou a rosa a

sarjeta, onde a roda de um carro a esmagou.

– Sou ingrata? E o senhor não passa de um grosseirão. E, afinal de

contas, quem és? Um simples estudante… não acredito que tenhas

fivelas de prata, nos sapatos, como as tem o Capitão da Guarda… – e a

moça levantou-se e entrou em casa.

– Que coisa imbecil, o Amor! – Resmungou o estudante, afastando-se.

 – Nem vale a utilidade da Lógica, porque não prova nada, está sempre

 prometendo o que não cumpre e fazendo acreditar em mentiras. Nada tem

de prático e como neste século o que vale é a prática, volto à Filosofia e vou

estudar metafísica.

Retornou ao quarto, tirou da estante um livro empoeirado e pôs-se a ler…

 

Texto publicado em "O rouxinol e a rosa"

(The nightingale and the Rose – 1888),

foi extraído do livro "Contos de amor do século XIX",

Ed. Cia. das Letras – São Paulo – 2007, pág. 551,

organização de Alberto Manguel, tradução de Paulo Henrique Britto.

Read Full Post »

Feliz Níver Fefe

 
 
 

A Idade de Ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.

 

http://www.youtube-nocookie.com/v/_nK_3fJqu54&hl=pt-br&fs=1&color1=0x006699&color2=0x54abd6&border=1

 

 

Feliz Aniversário minha linda,

Parabéns Fernanda.

Bjus

BB

Read Full Post »

Older Posts »